Coisas que vejo, sinto, saboreio, cheiro, ouço e as que às vezes, muito de vez em quando, intuo.

quarta-feira, dezembro 20, 2006



“A Raridade do olhar partilhado” *

“Natal, verdadeiramente Natal, será o da estrela, quer dizer, o da raridade do olhar que se partilha, e que só inopinadamente existe.”

Desta vez, surpreendamos e partilhemos.

Bom Natal!


*Mário Cláudio

terça-feira, dezembro 05, 2006


A Free Hug…

Naquela noite decidimo-nos por um jantar bem portuense e dos mais calóricos. Aproveitamos a máxima “desculpar o mal que faz pelo bem que sabe”, e escolhemos.
Estava momentaneamente só, quando uma senhora, já jantada e de saída, pequenina, velhinha, me fitou com um olhar muito atento e esperto e sorriu… Sorri de volta naturalmente. A seguir, acho que não resistiu: “A menina desculpe, mas tem uma cara tão meiguinha! Dê cá um abraço…” (Longo abraço…). Agora de mãos unidas contra o peito, dava passinhos curtos e olhava em volta irrequieta, a querer dizer-me que, por embaraço, prefere sair. Enquanto se afastava, foi repetindo a rir: “Até fica mal uma mulher apreciar assim outra, mas é que parece ser mesmo meiguinha!”.
Aii! Estes free hugs sendo tão gratuitos, desinteressados, espontâneos, chegam a doer de prazer!
Depois orgulhei-me. É assim que quero sentir a vida! É assim que quero estar. Só assim me faz sentido, só assim me faz sentir bem. Quero sentir-me capaz de apoiar, ouvir, sorrir, abraçar, dar a quem se disponha a receber, a quem dê prazer. Todos. Os que conheço, os que admiro e aqueles que por mero acaso(?) estão no mesmo restaurante, na mesma fila de espera, na mesma viagem de comboio, na mesma pista de dança… Todos.
E estes, que morrem crianças depois de ter amadurecido todo o saber dos adultos* sabem bem como dar abraços rejuvenescedores!

Free Hugs, we all need one.


*Agustina Bessa-Luís


quinta-feira, novembro 02, 2006

Being Magal
O que me dá prazer, o que me é indiferente e o que até me chega a chatear!


Algumas das que me dão prazer:
Cheiros familiares, cheiros íntimos, cheiros nostálgicos, cheiros fatalmente irresistíveis; Saborear aquela comida, degustar aquele vinho, com aquelas pessoas; Perder a noção de tempo e espaço porque converso; Arrepiar-me de emoção; A energia única das festas populares; Observar quem me rodeia, as suas reacções, estímulos, descontrolos, espontaneidades e defesas…; O que sinto enquanto danço, danço, danço e nem sei o que se passa “do lado de lá”; Aquela cumplicidade com uma criança que está na mesa ao lado, num café; A perfeição de tudo aquilo que escapou à nossa intervenção (sendo nós os únicos supostamente racionais); Conhecer quem sente muito e olha a sério; A energia, garra e até a ternura de uma senhora com quem falei na baixa do Porto; Ouvir deliciada as “Noites longas” da RUM (Rádio Universitária do Minho); Descobrir-me e gostar…

Algumas das que até me passam ao lado:
Filmes previsíveis e os que não desistem à primeira (Xpto I, II, III, IV…); Maldizerem-me quando mal me conhecem; Discussões sem sentido ou pertinência; Ser excessivamente elogiada sem real conhecimento de causa, e por quem não me pareça genuíno nem no mais irreflectido dos actos; “Se não mandares esta mensagem a 20 pessoas, na sexta-feira à noite algo terrível irá acontecer na tua vida”… é caso para dizer: é preciso ter lata para se tirar partido das pessoas desta forma!; Conversar “chachamente”…

Algumas das que me chegam a chatear:
A tensão das conversas de elevador; Despedidas intermináveis no Messenger; A previsibilidade dos “Heheh” nas mensagens escritas; A expressão “dahaaaa” provoca-me arrepios na espinha!; A hipocrisia daqueles rodapés minúsculos que passam a uma velocidade estonteante nos anúncios; Apatia, níveis confortavelmente baixos de exigência; Argumentos ao nível de “Que mal tem?? Toda a gente faz! Daqui a uns anos vais ser igual… Não vale a pena, vai ser sempre assim!”; “Chico-espertismos”; Aperceber-me da escassez de valores e princípios…

(é capaz de continuar um dia destes…)

Este exercício da escrita é a primeira vez que o pratico.
Li deleitada a prática de outros e o que sinto é uma vontade secreta de entrar para o nível zero. De me testar. Porque as vontades secretas sendo estranhas, são pertinentes o suficiente para um “Porque não?”.
E se me der prazer vou praticar, exercitar muito!

Este foi só um aquecimento. :)

segunda-feira, setembro 25, 2006

Have a Breakfast on Pluto..





















"Abandonado em bebé à porta de uma igreja na Irlanda, Patrick "Kitten" Braden (Cillian Murphy) desde cedo sobreviveu a uma realidade hostil graças ao seu encanto e à recusa em deixar alguém alterar a sua maneira de ser - um jovem desenquadrado do mundo que o rodeia e, principalmente, do seu corpo, o que o torna muito mais que um homossexual ou um travesti. Com a acção situada em Londres dos anos 70, "Breakfast on Pluto" dá-nos a conhecer a vida de Kitten e a sua busca incessante do amor e da verdadeira mãe, enquanto que, perdido, se vai envolvendo nos meandros da música, do ilusionismo, da prostituição e até do IRA.Escrito e realizado por Neil Jordan - cineasta galardoado com Óscar -, o filme adapta de forma mágica e única o encantador romance de Pat McCabe e conta com uma brilhante interpretação de Cillian Murphy e ainda com desempenhos dos consagrados actores Liam Neeson, Stephen Rea e Brendan Gleeson."

REALIZADOR: Neil Jordan
INTÉRPRETES: Cillian Murphy, Liam Neeson, Ruth Negga, Laurence Kinlan, Stephen Rea, Brendan Gleeson.

Porque quando somos fiéis à nossa natureza e princípios, somos sempre irresistivelmente cativantes!
LAST MINUTE PANIC..

Segundo item do meu índice: Calvin e Hobbes - grandes companheiros do riso!


quinta-feira, setembro 21, 2006

- Ó Outono.... Tem calma!




Eu - Ó Natureza, o Outono vem cheio de pressa!
Natureza - Com ele assim está combinado. Dia 21, de volta ao trabalho, bem cedinho!
Eu - Sim, é verdade.. Mas um pouco mais de delicadeza, nunca fez mal a ninguém!
Natureza - Pois, eu sei... Este ano, ele decidiu ir de férias com o Inverno. E já sabes como ele é... Tem cá um feitio!
Eu - Uuiii!! Não será melhor dares-lhe mais uns dias, só para ver se se acalma?
Natureza - Não posso. O Verão já está a dar as últimas.. E, claro, está afogueado de saudades da Primavera.
Eu - Hummm... Sendo assim... Outono, sê muito bem-vindo!
Porque no limite, tu Natureza, tens sempre razão!


Primeiro Item do meu índice: Uma troca constante de olhares com a Natureza. ;)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Perda de virgindade

Quem me conhece sabe que tentei resistir-lhe, mas acabei por ceder.
Chamou-me de uma forma cativante, subtil, desinteressada.
No início achei-o meio confuso, não sabia bem por onde começar a percebê-lo.
Aos pouquinhos fui-me deliciando com os seus pontos de vista, pensamentos, momentos, estórias, frases soltas...
Foi então que pensei "Porque não?". E cedi.

Permiti-me à união com o mundo.
Estou preparada para com ele aprender mais, cada vez mais!

Este é o primeiro post do meu primeiro blog.
(Clap! clap! clap! - como diria uma querida amiga que muito contribuiu para o nascimento deste meu caderninho público)

Acerca de mim

A minha foto
"Não pedi para participar neste comércio do Ser, ninguém pode pedir nada às suas origens e não tenho mais do que uma importância mínima no comportamento do todo. E no entanto! A guerra dos Ser e implacável e estou dentro dela, nas suas múltiplas combinações do mundo e em cada uma delas o meu peso faz oscilar a balança para um lado ou para o outro e seja invisível ou não a carícia ou o golpe que me sai da mão sempre será transformação do todo que, queira ou não, sou." Casimiro de Brito